Abel Chivukuvuku falou para mais de 500 pessoas no auditório do Hotel Royal Plaza

A trajectória da CASA-CE , o contexto actual e perspectivas, foi o tema que o palestrante  Abel Chivukuvuku, apresentou para mais de meio milhar de pessoas, entre dirigentes, militantes, simpatizantes e Quadros, que entusiasticamente o ouviram hoje no Hotel Royal Plaza em Luanda.

O Presidente da CASA-CE avançou entre outras ideias e posições, que em Angola não temos um Estado de Direito, porque as leis não são cumpridas e considerou haver falta de patriotismo na actual Governação. Avançou que ser Governante é fazer uma gestão temporária dos recursos do país em prol do povo e não servir-se do cargo para se governar a ele próprio.

Em relação a situação do país indicou que a maioria da população é pobre acima de 60%. A classe média está a empobrecer, dando como exemplo, a classe dos professores que a três e a quatro anos atrás ganhavam 200.000Kz cerca de 2.000 USD e actualmente ronda os 500 USD, e hoje regridem para a pobreza.

Abel Chivukuvuku afirma que a nossa Angolanidade é cristã, multirracial e multicultural. O ambiente político nacional em Angola, caracteriza-se pelas pessoas terem níveis de liberdade diferenciadas, conforme as regiões em que vivem, em que são coagidas e é preciso uma Administração Pública apartidária e também é necessário, que os órgãos de comunicação públicos possibilitem tempo de antena a todos. Como exemplo, referiu a cobertura em direto no Lubango que a TPA deu ao candidato do MPLA, João Lourenço.

No que diz respeito as eleições gerais, a CASA-CE  defende  o apuramento dos resultados eleitorais nos Municípios, nem que para isso altere a actual Lei Eleitoral pelo diálogo e meios lícitos, considerando que existem membros do CNE nos Municípios e caso se esgote os meios de diálogo, a CASA-CE vai para a rua manifestar-se em defesa do citado apuramento e de eleições livres, justas e transparentes.

Foi salientado, a promiscuidade da situação do nº2 da lista do MPLA, por ser jogador e árbitro ao mesmo tempo.

Em relação a CNE colocou a dúvida se na prática é um órgão independente como diz a Lei.

Reafirmou que o Presidente da República gostaria de ter eleições livres, justas e transparentes em Angola, em duas ocasiões públicas. Mas num país, em que a natureza do partido-estado utiliza ilegalmente os recursos do estado, órgãos de comunicação públicos, fica em causa que o processo eleitoral seja de acordo com aquilo que publicamente Eduardo dos Santos anunciou.

A oportunidade de valorizar a população entre a faixa etária dos 15 aos 30 anos é uma prioridade eleitoral. São os jovens que estão aderir mais ao registo eleitoral, e alguns são funcionários públicos. A maioria da população é urbanizada e cerca de ¾ é suburbana e são mais desprezados e descontentes. No meio rural os cidadãos são menos livres, aceitando a pobreza porque sempre viveram assim, um pensamento que tem de ser afastado neste eleitorado rural. Na planificação eleitoral tem que se ter em conta a área suburbana.

A paz que foi referenciada pelo adversário político no poder, nas eleições de 2008 em que as pessoas tinham medo, mas que a medida que o tempo passa, vão perdendo esse medo e o fantasma da guerra e hoje há jovens com 18 anos, que não se sentem afetados pelo medo.

As redes sociais tem que ser valorizadas como um meio de chegar ao eleitorado, principalmente jovem.

Temos que assumir que a CASA-CE hoje corresponde a espetativa do cidadão e depende da nossa dedicação continuarmos a motivá-los e internamente sermos compreensivos uns com os outros, porque somos verdadeiramente uma convergência ampla.

“ Não nos deixemos enganar “. – Alertou Abel Chivukuvuku.

Seguiu-se a porta-fechada uma sessão de perguntas e respostas entre os participantes e os membros do Conselho Presidencial.

Amanhã haverá uma marcha a partir da ponte de Benfica em Luanda.

Data: 2017-02-18